-
Arquitetos: Francisco Mangado
- Área: 11142 m²
- Ano: 2014
-
Fotografias:Pedro Pegenaute
-
Fabricantes: Dynamobel, Parquets ROMAN, Plaka, Saint-Gobain, Viabizzuno, Weber, panoramah!®
Descrição enviada pela equipe de projeto. A proposta apresentada baseia-se na consideração de todo o complexo, incluindo o futuro do Palácio de los Velarde e da Casa Oviedo-Portal. Só assim, a partir desta visão global, pode ser garantido um futuro funcional para uma instituição da importância com a qual estamos lidando.
A partir desta ideia, o projeto é proposto como a construção de um novo volume dentro deste conjunto urbano. Em outras palavras, aceitando a seqüência de fachadas como condicionante contextual, elas adquirem, no novo projeto, uma dimensão de "tela" urbana, incontestável e aceita, dentro da qual se constrói um novo edifício que, inclusive, tem sua própria fachada. Do exterior, contempla-se uma grande construção luminosa, vítrea e cheia de reflexos, sobreposta à história urbana, criando assim uma imagem forte mas complexa para o novo Museu de Belas Artes das Astúrias.
O outro elemento fundamental para explicar a relação com o contexto é o pátio interno da quadra. A proposta transforma este pátio, por meio de passarelas de vidro, em um ponto de encontro, uma fusão dos diferentes edifícios que constituirão o complexo do Museu.
A leitura da nova planta permite compreender a importância dos pátios, dos vazios, como configuradores do conjunto. Tanto o pátio da quadra, ao qual nos referimos anteriormente, devidamente revalorizado e incorporado à estrutura do complexo, quanto o pátio coberto do novo edifício principal - uma grande claraboia que articula e estrutura os elementos de acesso e comunicação, tornando-se um espaço de referência no complexo - configuram uma proposta que, conceitual e fisicamente, amplia o complexo existente representado pelo Palácio de los Velarde e a Casa de Oviedo-Portal.
Se a luz é sempre importante na arquitetura, ela é especialmente significativa no caso de um museu. E não estamos nos referindo à iluminação artificial, que deve ser objeto de um projeto específico, mas a iluminação natural. O melhor que pode acontecer é que sua presença seja "primorosamente sutil". E isso foi feito recorrendo à lógica dos vazios, sejam eles a quadra ou o núcleo central, e à das claraboias que afetam diretamente as salas superiores.
Dois elementos singulares surgem na nova construção. Por um lado, a nova fachada que se encontra atrás da histórica mantida em direção à rua e à esquina desta com a praça de Alfonso II. Mais do que uma fachada, este é um elemento de grande intensidade formal, visual e funcional. Por um lado, será a nova imagem do museu, sempre mitigada pela realidade da história. Ela conforma também a escada pública que permite o acesso a todos os níveis do museu e os espaços de dupla e tripla altura da entrada. Espaços em diálogo com as fachadas históricas na medida em que se aproximam e se afastam delas sempre no interior. Concentram-se, portanto, nesta espessa fachada, as duas épocas, permitindo uma visão oblíqua da cidade pré-existente a partir do interior.
E, finalmente, a nova fachada com acabamento em vidro esculpido, que produz entre ela e a existente reflexos cruzados em seu interior, uma interação entre as duas fachadas, originando um espaço de grande intensidade e riqueza.
O outro elemento singular, do ponto de vista formal, são as claraboias. Sua posição, afastada da fachada, faz com que seu impacto sobre o exterior seja visualmente reduzido, ao mesmo tempo em que proporciona ao interior uma alta qualidade.
Publicado originalmente em 06 de maio de 2015